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quinta-feira, 9 de junho de 2016

OVERDOSE DE WHATSAPP - CUIDADO! VOCÊ ESTÁ PRESTES A PASSAR POR UMA.

Há algumas semanas estive numa reunião na escola dos meus filhos, originada por um problema que começou em um grupo de Whatsapp de pais e mães de alunos.
Uma discussão em torno de um assunto delicado, ... (continua)
mas que existe há muito na escola, escalou para um tamanho fora de controle e a equipe da escola foi forçada a chamar uma reunião para falar sobre o ocorrido.
Na reunião, comentaram que esta era uma situação usual, pela qual já haviam passado muitas vezes em anos anteriores e que não entendiam por que este ano havia gerado tanta confusão.
Sem entrar no julgamento de valor se a escola agiu corretamente ou não, dessa e das outras vezes, eu comentei que isso não acontecia nos anos anteriores porque não tinha grupo de pais no Whatsapp.
"Ninguém levou muito a sério 
o comentário, nem mesmo eu."

Ninguém levou muito a sério o comentário, nem mesmo eu. Mas pensa bem e vê se no final das contas não é isso mesmo.
As conversas no Whatsapp andam em tal velocidade que fica quase impossível de uma instituição (qualquer) se organizar para responder antes que tomem proporções incontroláveis.
E dai fica estabelecido o ruído e, muitas vezes, problemas que no passado eram resolvidos de forma mais simples, acabam tomando rumos mais complexos.
Os grupos, a comunicação instantânea e principalmente os dois tracinhos azuis mostrando que você recebeu e leu a mensagem, transformaram nossa vida de forma radical. Às vezes, num inferno.
"As conversas no Whatsapp andam em tal velocidade que fica quase impossível de uma instituição (qualquer) se organizar para responder antes que tome proporções incontroláveis."

Você recebe e lê a mensagem, mas não responde naquele momento. A pessoa sabe que você viu, que você leu e se inquieta porque você está demorando tanto pra responder.
Os pais e mães no grupo de Whatsapp, comentam uma situação ocorrida na escola e a discussão vai se aquecendo, se inflamando, virando um abaixo-assinado, motivando uma reunião na escola, sem que ninguém tivesse parado muito tempo para pensar. Principalmente que está escrevendo no grupo de forma frenética.
Receber uma mensagem da mãe/namorada/mulher e não responder assim que lê, é encrenca na certa.
Mandar uma mensagem para o pediatra com uma dúvida qualquer e esperar uma resposta por ali mesmo e rápida, virou rotina.
Receber um pedido do cliente por mensagem, sem qualquer formalização, virou corriqueiro e você precisa resolver o assunto rápido.
Era pra facilitar e agilizar. E realmente as vezes serve pra isso. Mas o Whatsapp acabou criando um senso de urgência e uma expectativa de reposta instantânea, que não só não faz sentido nenhum, como muitas vezes simplesmente atrapalha e muito, tudo e a todos.
Eu confesso não ser um heavy-user de Whatsapp. Uso bastante pra mandar mensagens individuais, mas não consigo seguir os grupos. Pelo volume de mensagens e a velocidade com que se dá e se espera da participação, vai simplesmente se tornando pra mim uma ferramenta pouco prática que eu procuro sempre substituir por outras, como Slack para trabalho, o Messenger para conversar com os amigos e o próprio email para uma série de situações.
Mas o fato é que a ferramenta está aí, é adotada de forma massiva por nós brasileiros e não há nenhum indício de que a gente vá mudar este nosso novo hábito no futuro próximo.
Portanto o que precisamos aprender a fazer é usar com mais adequação e, sobretudo, gerenciar nossa expectativa, ansiedade e dar um pouco de tempo ao tempo, para que as pessoas (e instituições), respirem, pensem e consigam resolver melhor as questões colocadas.
Não é porque temos uma ferramenta que nos permite conversa instantânea que precisamos nos transformar em escravos dessa velocidade toda.
Whatsapp: use com moderação. :)
Por Michel Lentz Schwartzman
Fonte: Linkedin


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