Faça sua pesquisa

domingo, 15 de maio de 2016

APRENDENDO A SER FILHA SENDO MÃE.

“À medida que os filhos crescem, a mãe deve diminuir de tamanho. Mas a tendência da gente é continuar a ser enorme.” Clarice Lispector

Bem que falam, a maternidade é mesmo um divisor de águas na vida de uma mulher. Nem tente contar para alguém o que é ficar brincando com um bebê de madrugada, rindo e sentindo-se bem por isso. Só quem é mãe vai entender. E as fraldas? ...(continua)
Elas são trocadas sem nojo algum. Têm ainda os primeiros passos, os primeiros sons antes até das palavras, o primeiro joelho ralado, a primeira leitura (parece até mágica). Tantas primeiras vezes que vivemos novamente ao lado dos filhos... É tudo natural, faz parte da vida de todos nós.
Quando se começa a gestação de um bebê, ou quando se decide por adotar um, naquele momento começa o processo que nos faz mãe. 
Estamos em maio, mês que é dedicado a todas as mães. Eu aproveito para falar sobre como eu vejo minha mãe diferente agora que também sou mãe. Dizem por aí que a gente só aprende a ser filha na época em que se é mãe. É verdade! Eu compreendo melhor a minha infância e meu processo de educação, muito do que minha mãe fez comigo, agora que tenho a responsabilidade e a oportunidade de fazer na educação da minha filha.
Existe uma corrente de pensamento que diz que na verdade escolhemos nossos pais. Independente de qualquer religião eu acredito nela. Se eu tenho que aprender e ensinar algo na minha passagem por aqui eu tinha que ser filha de quem sou - da Wanda - e viver o que vivi, o que vivo e o que tenho ainda que viver. Da mesma forma que eu tinha que ser mãe da Laura (talvez até para aprender mais com esse processo do que ela mesma comigo). Essa certeza que tenho torna as coisas muito mais interessantes entre nós.
Apesar do processo de preparação para ser mãe começar logo cedo, acredito até que com o brincar de bonecas, ele é só o começo da jornada que se aprende trilhando. É como uma viagem sem reservas nem roteiro, a gente descobre passo a passo. Algumas vezes nos damos conta que tínhamos que ter pegado outro caminho, outras temos certeza que o caminho foi o melhor possível. Mas como ter certeza ao caminhar se não temos um GPS nem um mapa? Caminhamos parte por instinto, outras por sabedoria adquirida ao longo das nossas vivências e até por iluminação divina, o fato é que só se caminha um passo após o outro. E o destino? Ele é o presente que a vida nos dá, olhar para trás e ter a certeza de que caminhar valeu a pena.
Ser filha da Wanda e mãe da Laura é parte determinante da Luciana que me tornei (e ainda estou em processo de construção, contínua, só paro por aqui quando eu morrer). Obrigada as duas pela oportunidade, hoje posso dizer que sou muito mais completa do que imaginava ser.
Dizem que a gente reaprende a ser mãe quando se é avó. Creio que a minha vez ainda vai demorar bastante, mas garanto que vou escrever sobre ela também. 


Luciana é designer, blogueira, artista plástica, artesã, escritora, imortal da Academia Cachoeirense de Letras – ACL, mãe da Laura, mulher do Leonardo e filha da Wanda e do Oscar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário