“À
medida que os filhos crescem, a mãe deve diminuir de tamanho. Mas a tendência
da gente é continuar a ser enorme.” Clarice Lispector
Bem que falam, a maternidade é mesmo um divisor de
águas na vida de uma mulher. Nem tente contar para alguém o que é ficar
brincando com um bebê de madrugada, rindo e sentindo-se bem por isso. Só quem é
mãe vai entender. E as fraldas? ...(continua)
Elas são trocadas sem nojo algum. Têm ainda os
primeiros passos, os primeiros sons antes até das palavras, o primeiro joelho
ralado, a primeira leitura (parece até mágica). Tantas primeiras vezes que
vivemos novamente ao lado dos filhos... É tudo natural, faz parte da vida de
todos nós.
Quando se começa a gestação de um bebê, ou quando
se decide por adotar um, naquele momento começa o processo que nos faz
mãe.
Estamos em maio, mês que é dedicado a todas as
mães. Eu aproveito para falar sobre como eu vejo minha mãe diferente agora que também
sou mãe. Dizem por aí que a gente só aprende a ser filha na época em que se é
mãe. É verdade! Eu compreendo melhor a minha infância e meu processo de
educação, muito do que minha mãe fez comigo, agora que tenho a responsabilidade
e a oportunidade de fazer na educação da minha filha.
Existe uma corrente de pensamento que diz que na
verdade escolhemos nossos pais. Independente de qualquer religião eu acredito
nela. Se eu tenho que aprender e ensinar algo na minha passagem por aqui eu
tinha que ser filha de quem sou - da Wanda - e viver o que vivi, o que vivo e o
que tenho ainda que viver. Da mesma forma que eu tinha que ser mãe da Laura
(talvez até para aprender mais com esse processo do que ela mesma comigo). Essa
certeza que tenho torna as coisas muito mais interessantes entre nós.
Apesar do processo de preparação para ser mãe
começar logo cedo, acredito até que com o brincar de bonecas, ele é só o começo
da jornada que se aprende trilhando. É como uma viagem sem reservas nem
roteiro, a gente descobre passo a passo. Algumas vezes nos damos conta que tínhamos
que ter pegado outro caminho, outras temos certeza que o caminho foi o melhor
possível. Mas como ter certeza ao caminhar se não temos um GPS nem um mapa?
Caminhamos parte por instinto, outras por sabedoria adquirida ao longo das
nossas vivências e até por iluminação divina, o fato é que só se caminha um
passo após o outro. E o destino? Ele é o presente que a vida nos dá, olhar para
trás e ter a certeza de que caminhar valeu a pena.
Ser filha da Wanda e mãe da Laura é parte
determinante da Luciana que me tornei (e ainda estou em processo de construção,
contínua, só paro por aqui quando eu morrer). Obrigada as duas pela
oportunidade, hoje posso dizer que sou muito mais completa do que imaginava
ser.
Dizem que a gente reaprende a ser mãe quando se é
avó. Creio que a minha vez ainda vai demorar bastante, mas garanto que vou
escrever sobre ela também.
Luciana é designer, blogueira, artista
plástica, artesã, escritora, imortal da Academia Cachoeirense de Letras – ACL,
mãe da Laura, mulher do Leonardo e filha da Wanda e do Oscar.
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