
Por isso, é comum encontrar gente investindo na
criação de apresentações criativas, com um design mais arrojado para o
histórico no papel ou até coisas mais ousadas, como sites, blogs ou vídeos no
YouTube. "As empresas estão mais abertas para currículos criativos",
diz Valéria Fernandes, consultora da Doers, empresa de gestão de capital
humano, de São Paulo.
O administrador carioca João Ribeiro, de 36 anos,
gerente de projetos do Grupo CPDV, companhia de marketing e vendas, do Rio de
Janeiro, conquistou o cargo atual após criar um site com suas informações
profissionais. Tem um texto de abertura, uma página com seu histórico de
carreira, links para artigos que João escreveu e até um vídeo.
"Meu currículo tem que dizer quem eu sou e tem
que incomodar para ganhar mais atenção do RH", diz João, que já escreveu
currículos em folhas de papel coloridas e textos dissertativos. "A
estratégia deu certo. "Não é apenas um histórico profissional de sucessos
e insucessos. Ele se posicionou de maneira diferente", avalia Diego Maia,
presidente do Grupo CPDV, que contratou João.
Um currículo diferente ajuda principalmente
profissionais em início de carreira, que ainda têm pouca informação para
preencher num currículo convencional. "Com criatividade, eles conseguem se
apresentar melhor", diz Valéria, da Doers. O importante, porém, é adequar
a informação a quem vai recebê-la.
"Quando a pessoa sai do padrão, ela corre o
risco de não ser entendida, e a tentativa de chamar atenção pode não dar
certo", afirma Roberto Picino, diretor da Page Personnel, unidade de
recrutamento da michael Page. o especialista lembra que, por mais que o
candidato entenda as dinâmicas da área de atuação da empresa, dificilmente ele
sabe quem receberá o documento pela primeira vez.
E a maneira como o recrutador olhará para o
documento depende dos critérios de seleção da companhia. "A triagem não é
superficial, mas o recrutador não vai se debruçar uma hora em um
currículo", afirma Picino.
Mesmo quem vai recorrer a um recurso criativo
precisa deixar as informações mais importantes em primeiro plano, para
assegurar que as habilidades sejam identificadas pelo recrutador.
"O grande pulo é ser criativo sem
assustar", diz Irene Azevedo, diretora de negócios da LHH|DBM, empresa de
recolocação de executivos, de São Paulo. Determinadas companhias são mais
abertas que outras aos novos formatos, e o profissional deve ficar atento aos
diferentes graus de abertura.
"Sempre tive um currículo fora do padrão
porque na minha área é difícil se destacar e a criatividade é muito valorizada",
conta Renata Thomaz, de 24 anos, designer da Pande Design Solutions, que
desenvolve design de embalagens. Ela foi contratada apresentando um currículo
em papel cheio de recursos gráficos, cores e variações de tipos de letra.
A maioria dos headhunters aponta a clareza e a
objetividade como as características mais importantes além da honestidade das
informações, obviamente.
Se existe a necessidade de se mostrar diferente dos
demais, os especialistas recomendam pequenas mudanças no conteúdo, de maneira a
não atrapalhar a leitura e a clareza das informações. Por isso, a melhor e
primeira opção talvez é produzir uma peça convencional e, se houver
oportunidade, oferecer uma segunda versão mais fora do padrão.
"O que vale é o básico, o resto é complemento",
diz Roselene Scalabrin, headhunter da BS, empresa de recrutamento, de São
Paulo. No mais, se a ideia for muito boa, vale apostar, sabendo do risco de o
currículo ser descartado. "Provavelmente, eu perdi algumas oportunidades
em empresas mais sérias", avalia João Ribeiro, do Grupo CPDV. "Mas
acredito que essas vagas não eram para mim e não me interessariam", diz o
gerente.
Evite essas bizarrices
Confira alguns
erros engraçados de redação de currículo
- No campo Objetivo Profissional, o candidato escreve: "Ficar ricoooooooo" (sic)
- A pessoa afirma que sabe "manusear" (sic) redes sociais
- O candidato declara falar "português nativo" (sic)
- No campo Estado Civil, a pessoa escreve "solteira e já fiquei para titia"
- No campo Referências, o profissional indica a própria mãe ao recrutador
- Na última linha, o candidato escreve: "Se não for do RH, favor encaminhar o currículo"
- Candidata declara ter "agressividade" (sic) comercial
- No tradutor do Google, Universidade Federal de Juiz de Fora vira University Federal Judge Out. Evite traduções online ao fazer o currículo
- Como
endereço de e-mail, a pessoa fornece gato_sextodo@ ou babizinha_loira@ .. Acredite.. mesmo nos CV dos homens, é comum encontrar isso.
Fonte: http://exame.abril.com.br/
Por Camilha Mendonça - Você S/A
Cabe aqui um esclarecimento quanto ao correto uso do plural na palavra Curriculim: A palavra foi importada do latim sem qualquer
adaptação, tendo o estatuto de um estrangeirismo. Assim sendo, forma-se o
plural como em latim: curriculum-curricula.
Podemos ainda optar pela adaptação do latim ao portuguêscurrículo-currículos.
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